2013 in memoriam
Reflexões: Quem sou como professor e aprendiz?
O que é ser professor hoje?
Ser professor hoje é algo muito complicado: não é verdade que a graduação nos forneceu os conhecimentos necessários de nossa área de atuação, independentemente, do uso de tecnologias ou não. Assim, temos que correr atrás de conceitos básicos para compreendermos o que vamos ensinar, porque vamos ensinar e como vamos fazer isso, realizando a transposição didática. Além disso, apesar de lidarmos com conhecimentos básicos de leitura e escrita, e, apenas conseguir passar uma visão panorâmica do acervo cultural, somos bombardeados, a todo instante, com a ideia de que esses conhecimentos não são importantes. Então, temos que lutar para convencer o que deveria ser óbvio, é preciso conhecer. até para poder contestar. Se isso não bastasse, qualquer resultado negativo que apareça, a culpa gira em torno exclusivamente do professor. Então, o professor dever procurar novas formas de ensino e se preocupar em como o aluno aprende. É incompreensível, em pleno século XXI, que o professor não utilize as tecnologias de informação para transformar suas aulas em algo mais produtivo. No entanto, temos escolas que receberam computadores há anos, e além de estarem ultrapassados, não receberam a manutenção necessária para que continuassem funcionando.
Quem sou eu (professor) nesse contexto?
Alguém que continua tentando apesar das adversidades, alguém que ainda acredita que faz alguma diferença, apesar de contar, efetivamente, apenas com a velha lousa e o giz. Sim, gostaria que os alunos percebessem a importância do aprender, que eu pudesse ensiná-los a traçar o seu próprio caminho, utilizando os mais diversos instrumentos com ou sem as tecnologias de informação.
"Navegar é preciso, viver não é preciso"
Fernando Pessoa
Reflexões da atividade 2.1 - Navegar livremente
É muito interessante navegar livremente pela internet e ter acesso a uma infinidade de conhecimentos e informações. Como os professores são em essência amantes do conhecimento, eu ficaria, tal qual "Narciso" paralisado ao olhar seu reflexo até a morte, encantada a navegar e navegar...
Aqui começam os perigos: existe vida além do "www"! Além disso, é preciso avaliar os conteúdos das diversas hospedagens: até que ponto podemos confiar nas informações lá colocadas? É necessário manter permanentemente um olhar crítico e cuidadoso com a "saúde" estamos sempre sujeitos a uma virose.
Por outro lado, ainda há o problema do tempo que determinado link ou web fica disponível, já tentei voltar a sites que tinham certo conteúdo interessante e não estavam mais disponíveis. Então, apesar do acesso a um mar de informações, a disponibilidade a conteúdos, neste sentido, passa a ser, paradoxalmente, restrita e limitada no sentido da manutenção dos serviços de informação, sem falar da atualização dos equipamentos.
Reflexões: O que é hipertexto
Hipertexto, segundo Demi Getschko, significa embutir dentro de um texto outros textos e nestes, outros textos, ou seja, é uma forma de colocar informações que se expandem cada vez mais, em forma de links. Veja o vídeo a seguir:
Trecho de um quadro do program Vitrine de 21/06/2000. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=iphEbL4KS2o
Na Wikipedia encontramos uma acepção que limita a ideia de hipertexto apenas para textos digitais ( o hipertexto tem uma conceituação muito mais ampla, ligada à história dos próprios livros): diz-se que hipertexto é "um termo que remete a um texto em formato digital, ao qual são agregados outros conjuntos de informações na forma de blocos de textos, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências destacadas no próprio texto denominadas de hyperlinks." (Wikipedia)
O hipertexto é um gênero textual que supera a leitura linear, oferencendo um caminho autônomo para o leitor.
Este texto se refere a atividade de se trabalhar com hipertexto.(2.9)
Os objetivos dessa atividade são bastantes singelos. Inicialmente rompemos a barreira para escrever um hipertexto, depois solicitamos aos alunos que acessassem o blog e lessem o texto. Os alunos estão apenas como leitores e sua colaboração se restringe a tecer comentários sobre o texto lido no próprio blog "Balão de Letrinhas"
No entanto, devido aos diferentes eventos ocorridos na escola, esta atividade não foi totalmente desenvolvida. Os alunos já foram envolvidos no trabalho, mas sua participação depende dos próprios recursos, já que a sala do "Acessa" possui um monitor que fica na escola apenas no final da tarde. Além disso, é possível perceber pelo número de visualizações que os alunos estão acessando o blog, mas não estão fazendo comentários.
Por outro lado, a atividade prevê uma pesquisa em grupo e a realização de uma apresentação das informações pesquisadas sobre um autor lusófono de escolha do grupo. A finalização desta etapa só será possível no inicio de novembro. Desse modo, ainda não tenho dados concretos para a apresentação da atividade. Coloco a seguir o texto do blog que os alunos devem ler e comentar.
LITERATURA LUSÓFONA AFRICANA
O português é a oitava língua mais falada no mundo e língua oficial em sete países, os países africanos: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe; Portugal e Brasil.
Conhecer a literatura africana de expressão portuguesa pode ajudar-nos a compreender a nossa própria história e os impasses que precisamos enfrentar na construção de uma sociedade igualitária e justa, já que há uma grande proximidade entre aspectos da realidade social e cultural do Brasil e desses países.
Muitos são os laços históricos que aproximam o Brasil e a África. A natureza dessas relações políticas, comerciais e culturais tornou-se objeto de investigação de muitas pesquisas da área das humanidades.
No século XX, a literatura africana de língua portuguesa expandiu-se e somou-se às tradições literárias de Portugal e Brasil. Essa literatura constitui um importante elo simbólico entre Europa, América e África.
Segundo Roberta Hernandes e Vima Lia Martin (2010)[1], o movimento literário a partir da Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, afirmou a independência literária brasileira determinando os temas e as formas da literatura modernista. É a esse movimento de afirmação da “brasilidade” que ocorreu a adesão dos escritores africanos lusófonos. Temos assim, a partir dos anos de 1950, a busca pela chamada “africanidade” na qual “os africanos pudessem se reconhecer como sujeitos livres e portadores de uma cultura própria.” [p. 114]. Esse esforço está diretamente relacionado com as lutas pela conquista da emancipação das colônias africanas.
Temos a partir daquele momento a criação de grupos de escritores africanos que se organizaram para produzir uma literatura que de fato focalizava os problemas de seus países recuperando a sua história e sua identidade.
Conforme FARACO(2010)[2], didaticamente podemos dividir a literatura em língua portuguesa produzida na África em três períodos:
Num primeiro momento, temos pessoas de ascendência europeia que escreviam relatos de viagens, estudos etnográficos e textos de ficção que exaltavam sob a ótica do colonizador a beleza, a exuberância, a sensualidade nativa com raras referências às reais situações de opressão e exploração econômica.
Na segunda fase aparecem escritores identificados com as questões africanas, muitos envolvidos com a luta anticolonial e, como consequência, suas obras possuem a marca do combate político, o lamento à opressão colonial, o apelo à revolta e a luta pela emancipação, assim como a esperança de novos tempos. Destacam-se nesta fase autores como como Mário António, Agostinho Neto, José Luandino Vieira, Viriato da Cruz, António Jacinto, José Craveirinha, Noêmia de Sousa, Vasco Cabral, Alda Espírito Santo, Manuel Lopes, entre outros.
Já na fase posterior temos uma diversificação dos caminhos da literatura de expressão portuguesa, aumenta o número de obras em prosa, diluiu-se a poesia de combate, publicaram-se obras que foram censuradas, há um esforço em dar sentido à realidade de cada país, ampliou-se o universo temático que passou a abranger desde conflitos sociais e econômicos até as tradições locais, além de temas universais como o amor, a infância, a dor. Pode-se dar destaque a escritores como Pepetela, José Eduardo Agualusa, Ana Paula Tavares, Ondjaki, Luis Bernardo Honwana, Mia Couto, Eduardo White, Conceição Lima; Vera Duarte, Helder Proença.
A literatura africana de língua portuguesa tem a tendência a crescer e continuar ganhando projeção internacional.
____________________________
Endereço do blog: http://balaodeletrinhas.blogspot.com
[1] ALVES, Roberta Hernandes. LÍNGUA PORTUGUESA. Curitiba: Positivo, 2010.
[2] FARACO, Carlos Alberto. PORTUGUÊS: língua e cultura. 2.Ed. Curitiba: Base Editorial, 2010.
Atividade 2.10 Registro digital da experiência – o hipertexto
Começamos com a criação de um texto coletivo sobre hipertexto (Atividade 2.4 Conceituando hipertexto coletivamente), neste momento, passamos a discutir como trabalharíamos com os alunos a noção de hipertextualidade, formamos, portanto um grupo de três professoras: Regina Balão, Vanda Arruda e Silvia Claudia.
Como incorporar o uso de tecnologias no ambiente de aprendizagem nas escolas???
Para a atividade 2.7 (Planejamento de uma atividade com hipertexto ou Internet) resolvemos que criaríamos um blog para que os alunos acessassem. Lá encontrariam dois textos: uma pequena definição sobre hipertexto com o vídeo indicado no curso; e um texto sobre a literatura lusófona africana com vários links para pesquisa de escritores de literatura lusófona africana. Nos dois casos os alunos deveriam postar comentários sobre os textos lidos.
Os alunos foram orientados a postar comentários de acordo com os conteúdos que estavam sendo trabalhados nas aulas de Sociologia, para os alunos de primeiro ano, e nas aulas de língua portuguesa, para os alunos do terceiro ano. A professora Regina resolveu envolver também os alunos de segundo ano com a postagem de uma poesia parnasiana “As pombas” de Raimundo Correia e um vídeo sobre a poesia, neste caso, os alunos também deveriam postar um comentário.
Os resultados foram bastante significativos tivemos uma participação grande dos alunos de primeiro e terceiros anos com vários comentários pertinentes disponíveis no blog “Balão de letrinhas”. Os alunos de segundo ano não se sentiram a vontade para postar comentários, então foi aberto que enviassem comentários por e-mail, outros comentaram em papel e entregaram.
Resolvemos transformar esta atividade em um projeto maior “Literatura lusófona africana”, no entanto, no início este projeto não estava contemplando questões da sociologia sendo transformado em “Etnografia; literatura lusófona africana”. Este projeto envolveu os alunos de primeiro e terceiro ano e de maneira sintética podemos dizer que o projeto foi desenvolvido em quatro etapas:
Atividade 2.10 Registro digital da experiência – o hipertexto
Resultados alcançados com a realização do projeto sobre o uso de tecnologias no processo de ensino de aprendizagem.
Começamos com a criação de um texto coletivo sobre hipertexto (Atividade 2.4 Conceituando hipertexto coletivamente), neste momento, passamos a discutir como trabalharíamos com os alunos a noção de hipertextualidade, formamos, portanto um grupo de três professoras: Regina Balão, Vanda Arruda e Silvia Claudia.
Como incorporar o uso de tecnologias no ambiente de aprendizagem nas escolas???
Para a atividade 2.7 (Planejamento de uma atividade com hipertexto ou Internet) resolvemos que criaríamos um blog para que os alunos acessassem. Lá encontrariam dois textos: uma pequena definição sobre hipertexto com o vídeo indicado no curso; e um texto sobre a literatura lusófona africana com vários links para pesquisa de escritores de literatura lusófona africana. Nos dois casos os alunos deveriam postar comentários sobre os textos lidos.
Os alunos foram orientados a postar comentários de acordo com os conteúdos que estavam sendo trabalhados nas aulas de Sociologia, para os alunos de primeiro ano, e nas aulas de língua portuguesa, para os alunos do terceiro ano. A professora Regina resolveu envolver também os alunos de segundo ano com a postagem de uma poesia parnasiana “As pombas” de Raimundo Correia e um vídeo sobre a poesia, neste caso, os alunos também deveriam postar um comentário.
Os resultados foram bastante significativos tivemos uma participação grande dos alunos de primeiro e terceiros anos com vários comentários pertinentes disponíveis no blog “Balão de letrinhas”. Os alunos de segundo ano não se sentiram a vontade para postar comentários, então foi aberto que enviassem comentários por e-mail, outros comentaram em papel e entregaram.
Resolvemos transformar esta atividade em um projeto maior “Literatura lusófona africana”, no entanto, no início este projeto não estava contemplando questões da sociologia sendo transformado em “Etnografia; literatura lusófona africana”. Este projeto envolveu os alunos de primeiro e terceiro ano e de maneira sintética podemos dizer que o projeto foi desenvolvido em quatro etapas:
Primeira etapa – Reflexão
Como elaborar uma atividade que envolvesse o uso das TIC, dentro do conteúdo que estávamos trabalhando?
Segunda etapa – execução da atividade sobre hipertexto
1 - Criação de um blog que pudesse ser acessado pelos alunos.
2 - O hipertexto – Definição – os alunos deveriam acessar e postar comentários;
3 - Utilização de um hipertexto “Literatura Lusófona Africana” – os alunos deveriam acessar e postar comentários.
Terceira etapa – Ampliação da atividade para um projeto.
1 - A pesquisa.
Utilizando os links do hipertexto e outros, os alunos deveriam pesquisar informações históricas, sociais e culturais sobre o continente africano. No caso de língua portuguesa abordagem deveria ser sobre a literatura lusófona africana.
2- Divisão das classes em grupos e escolha do autor ou país africano a ser pesquisado.
3 – Conversas nos grupos para organização de apresentações sobre o conteúdo pesquisado. Duvidas e organização dos temas.
Quarta etapa: - Apresentação da pesquisa.
Sociologia: Cartazes com imagens capturadas.
Língua Portuguesa: Apresentação em slides (PowerPoint) de autores lusófonos africanos.
Discussão em classe sobre o trabalho realizado: pontos positivos e negativos.
Como todo trabalho escolar, tivemos grupos de alunos que fizeram uma excelente pesquisa e apresentaram os conteúdos muito bem. Outros grupos deixaram para a última hora e fizeram uma apresentação razoável ou sofrível. Outros grupos decidiram que não iriam realizar os trabalhos e arcaram com as consequências, já que todas as etapas entraram na avaliação do bimestre.
Apesar de não poder contar com os equipamentos da escola para a realização da pesquisa e montagem das apresentações, o trabalho foi positivo. Muitos alunos ficaram admirados com a riqueza cultural que encontraram no continente africano, um continente muito depreciado pela mídia ideológica e muito sofrido com as políticas nacionais e internacionais.
O uso dos equipamentos para a apresentação, no caso dos terceiros anos, apesar das dificuldades técnicas, deu certo e todos os grupos que montaram suas apresentações em PowerPoint, conseguiram socializar seus trabalhos.
Os alunos consideraram a experiência positiva de acessar o blog e ler os textos, mas muitos alunos têm acesso à internet somente por celular o que aumenta a dificuldade para a pesquisa e a criação de algum produto midiático.
O projeto precisa de alguns ajustes os textos postados precisam de mais imagens e links. É preciso conquistar um espaço na escola para que as etapas do projeto sejam feitas na escola e não depender apenas dos recursos dos alunos, os alunos precisam participar no processo de elaboração do projeto, buscando-se com isso um envolvimento maior dos alunos nas suas etapas.
Atividade 3.4 - Construção do Projeto
a pedra produziu lume
A rapariga provou o sangue
o sangue deu fruto
A mulher semeou o campo
o campo amadureceu o vinho
O homem bebeu o vinho
o vinho cresceu o canto
O velho começou o círculo
círculo fechou o princípio
A zebra feriu-se na pedra
a pedra produziu lume.
Atividade 3.2 - Aprimoramento e vínculo
Atividade 3.2 - Contextualizar a mudança - da teoria à prática
E.E. Pereira Barreto
Projeto: Etnografia; Literatura Lusófona Africana
Grupo de trabalho professoras: Regina Balão, Vanda Arruda, Silvia Claudia
- Objetivos
O ensino médio se constitui como etapa intermediária entre o Ensino Fundamental e a Educação Superior atendendo adolescentes, jovens e adultos com diferentes expectativas e tendo como finalidade o desenvolvimento do indivíduo, assegurando-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania.
Compreendendo o seu papel no próprio processo histórico, atento às transformações da sociedade, compreendendo os fenômenos sociais, científicos, literários e artísticos que permeiam o nosso mundo. É necessário perceber as diversidades do mundo moderno, promovendo a capacidade de pensar, refletir, compreender e agir sobre as determinações da vida social e produtiva, observando a cultura na perspectiva da emancipação humana.
Este projeto visa abrir um espaço de diálogo intercultural, possibilitando refletir como somos diferentes uns dos outros nas produções exteriores da cultura (histórias, mitos, hábitos, normas de convivência social e arte que produzimos), e, contraditoriamente, como somos iguais em essência, aceitando o outro na diversidade.
A linguagem é um elemento essencial nesse processo, pois envolve os indivíduos em seu simbolismo regulando as estruturas mentais, emocionais e perceptivas. A linguagem está aqui definida tal como encontramos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM): “a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas arbitrários de representação, que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade.” [p. 5].
Neste trabalho visamos desenvolver prioritariamente a competência de compreender e usar os sistemas simbólicos como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação, relacionando textos com seus contextos diante da natureza, função e organização das manifestações simbólicas considerando-se as condições de produção e recepção, envolvendo nesse processo o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC).
- Conteúdos
- Contexto histórico e social da produção literária na África lusófona.
- Diversas manifestações literárias, seus autores e suas obras.
- Estudos etnográficos.
- Diversidade cultural.
- Relação cultural entre grupos (aculturação)
- Séries
Primeiras (etnografia) e terceiras séries do Ensino Médio (literatura)
- Material necessário
Computadores com acesso à internet para pesquisa, interação em blog, e criação de uma apresentação com os resultados dos estudos.
Livros didáticos e textos literários lusófonos africanos.
- Desenvolvimento
- Motivação conhecer um pouco do contexto histórico e social dos países lusófonos africanos.
1a. aula. Relações culturais e linguísticas ente alguns países africanos e Brasil, a prosa literária e a modernidade.
Discussão Oral:
- Quais expressões da cultura africana os alunos conhecem? (Registro na lousa em forma de lista)
- Discutir como muitas vezes construímos uma imagem do outro de forma muito superficial. Convidá-los ao aprofundamento das manifestações culturais, sobretudo as literárias.
- Abordagem Etnográfica
Leitura de Texto: Situação de Aprendizagem 4 – Caderno do aluno – Volume 3.
- Texto: “Construindo pontes de modernidade entre países africanos e o Brasil.” de José Luis Landeira e João Henrique Mateos
- Debate sobre o texto, questões de interpretação.
2a. aula. Aula expositiva: contexto histórico e social de alguns países africanos de colonização portuguesa (Angola e Moçambique); características da literatura e etnografia
3a. aula. Leitura de poesia
- Localizar informações relevantes do texto;
- Formular opinião adequada sobre um fato artístico;
- Perceber a temática
- Contextualizaçao e estudo de comportamentos e produção cultural
Poesia
Cerimônia de Passagem
A zebra feriu-se na pedraa pedra produziu lume
A rapariga provou o sangue
o sangue deu fruto
A mulher semeou o campo
o campo amadureceu o vinho
O homem bebeu o vinho
o vinho cresceu o canto
O velho começou o círculo
círculo fechou o princípio
A zebra feriu-se na pedra
a pedra produziu lume.
Luanda, 1985.
Ana Paula Tavares
Tarefas a ser desenvolvidas pelos alunos:
- Postar um comentário crítico sobre a leitura do texto.
- Análise do conceito etnografia dentro do contexto da proposta apresentada.
- Relação com o conteúdo ministrado nas aulas de Sociologia
- Devolutiva dos comentários com as devidas observações e correções necessárias
4a. aula: Organizar grupos de trabalho na sala de aula. Cada grupo deve escolher um autor para pesquisar e organizar uma apresentação que deve conter os seguintes itens:
1 – Introdução (Breve comentário sobre a literatura africana de língua portuguesa em geral)
2 – Apresentar o autor escolhido com uma breve biografia
3 – Comentar sobre as características da literatura desenvolvida pelo autor e suas principais obras.
4 – Apresentar de um texto do autor (prosa ou poesia) e analisá-lo.
5 – Bibliografia consultada.
A apresentação poderá ser feita em cartazes, ou em multimídia (PowerPoint, vídeo).
Obs.: Foi dado um prazo de 20 dias para os alunos organizarem as apresentações e tirarem suas dúvidas sobre o conteúdo ou organização dos trabalhos
Foram disponibilizadas 4 aulas para as apresentações
- Apresentação para a classe do trabalho realizado por cada grupo.
Produto final
Comentários postados no blog e apresentação em multimídia do resultado das pesquisas realizadas pelos alunos.
- Avaliação
Participação dos alunos em todo o processo: a pesquisa realizada pelo grupo, a participação nos comentários no blog e a apresentação realizada na sala de aula.
Atividade 3.2 - Aprimoramento e vínculo
Como dissemos na postagem anterior, de acordo com o projeto que estamos desenvolvendo, para conhecer melhor a organização dos alunos, usamos uma aula para a conversa com os grupos, o objetivo era conhecer o que os alunos estavam pesquisando e como estavam pensando em organizar o trabalho de apresentação.
O que descobrimos?
Alguns grupos estavam bem organizados, já tinham visitado o blog “Balão de Letrinhas” e escolhido um autor, pesquisaram algumas informações e traziam dúvidas pontuais sobre como organizar a apresentação, inclusive questionando o que seria possível usar nos computadores da escola. Outros grupos tinham visitado o blog, mas não tinham pesquisado nada e nem pensado em nada para apresentar.
Outros, como não poderiam deixar de existir, nem sabiam do que eu estava falando. “Que trabalho? Pra quando?” Ihhhhhh... não stou sabendo de nada!”
É claro, é um prazer quando os alunos já se organizaram e trazem dúvidas, mas não são todos. Conversei com todos os grupos, dei orientações e ultimatos. Vejamos como serão as apresentações.
Atividade 3.2 - Contextualizar a mudança - da teoria à prática
Bem a atividade da Unidade 2, o uso de hipertextos, transformou-se em projeto. Este está sendo desenvolvido por três professoras e está em andamento.
A proposta do projeto partiu de um conteúdo específico de Língua Portuguesa que foi recentemente incorporado no currículo pela lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. É um conteúdo que está em construção. O caderno do aluno e do professor de língua portuguesa do currículo oficial traz muito pouco sobre isso, então determinamos no planejamento escolar que abordaríamos a literatura lusófona africana no quarto bimestre.
Neste caso, diante da situação-problema de abordar a tecnologia no cotidiano escolar, pensamos em como trabalhar esse conteúdo de uma forma diferente do tradicional trabalho de pesquisa entregue por escrito. Foi solicitado que os alunos entrassem no blog criado pelas professoras e fizessem um comentário sobre o conteúdo lá exposto, depois escolhessem um escritor para fazer uma apresentação em Power Point ou outro recurso que os alunos dominassem.
A atividade de diálogo pensada neste segundo momento será conversar com os diferentes grupos e conhecer o caminho que estão traçado, o que fizeram ou não. Quais são os desafios a serem vencidos.
Atividade 4.5 e 4.6 – Produção e apresentação
Atividade 4.4 - Planejamento da produção de um documento multimídia – relato do seu projeto pedagógico.
Roteiro para produção multimídia
Atividade 4.3 - Leitura, reflexão e discussão sobre mídia-educação
Atividade 4.2 - Conteúdos Multimídias e Recursos Educacionais
Produção e criação de um vídeo sobre o projeto pedagógico para o uso de tecnologias para educação.
Vídeo disponível em:
Atividade 4.4 - Planejamento da produção de um documento multimídia – relato do seu projeto pedagógico.
Roteiro para produção multimídia
Recurso: Movie Maker
Objetivo: montar uma apresentação que refletisse o processo de elaboração e execução de um projeto que envolvesse o uso de Tecnologias de Informação - “Projeto: Etnografia; Literatura Lusófona Africana.”
Proposta: O vídeo está dividido em duas partes.
A primeira parte objetiva ser um flash de uma retrospectiva dos projetos elaborados pelos professores e pelos alunos na escola ao longo de 2013, apresentando uma sequência de fotos dos espaços escolares e de trabalhos expostos.
A segunda parte de forma mais lenta apresenta os passos desenvolvidos para a execução do Projeto: “Etnografia; Literatura Lusófona Africana” realizado pelas professoras Silvia (Sociologia), Vanda e Regina (ambas de Língua Portuguesa)
Etapas do projeto
1º passo: - Como elaborar uma atividade que envolvesse o uso das TIC?
2º passo: - Criação de um blog que pudesse ser acessado pelos alunos.
- O hipertexto – Definição – os alunos deveriam acessar e postar comentários;
- Utilização de um hipertexto “Literatura Lusófona Africana” – os alunos deveriam acessar e postar comentários.
3º passo: - A pesquisa.
Utilizando os links do hipertexto e outros, os alunos deveriam pesquisar informações históricas, sociais e culturais sobre o continente africano. No caso de língua portuguesa abordagem deveria ser sobre a literatura lusófona africana.
4º passo: - Apresentação da pesquisa.
Sociologia: Cartazes com imagens capturadas.
Língua Portuguesa: Apresentação em slides (PowerPoint) de autores lusófonos africanos.
Nesta segunda parte, o filme foi organizado com páginas de textos simplificadas que pudessem esclarecer sobre o projeto e fotos dos passos listados acima: o blog, os textos no blog, os comentários no blog, alguns dos cartazes apresentados, algumas das apresentações realizadas, finalizando com os objetivos alcançados.
O objetivo foi montar um filme dinâmico e não cansativo sobre o trabalho realizado. Esperamos ter alcançado nosso objetivo.
Atividade 4.3 - Leitura, reflexão e discussão sobre mídia-educação
Reflexão sobre o texto de Silvio da Costa Pereira “Mídia-Educação no contexto escolar: Mapeamento crítico dos trabalhos realizados nas escolas de Florianópolis”
Ao refletir sobre o texto “Mídia-educação no contexto escolar: mapeamento crítico dos trabalhos realizados nas escolas de Florianópolis”, foi possível pensar que, se é verdade que a realidade do século XXI é tomada pelo uso indiscriminado de várias tecnologias de comunicação (celulares, ipads, ipods, smartfones, tablets, notebooks, netbooks, TV com acesso à internet, etc.), também é indiscutível que precisamos nos apropriar dessas ferramentas de forma crítica e criativa e, consequentemente, ter consciência das escolhas que fazemos, utilizando a mídia apropriada a cada situação de comunicação conforme nossas necessidades pessoais e coletivas. Ou seja, é preciso conhecer para atuar de forma autônoma, crítica e criativa.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, o espaço de comunicação está em contínuo processo de transformação, se antes a publicação de um texto ou de uma imagem era restrita as gráficas, editoras e jornais. Hoje é possível a produção e divulgação de vídeos e textos sem, praticamente, restrições de qualquer tipo, basta ter acesso às mídias necessárias. Isto aumenta a responsabilidade e a importância da presença de um senso crítico diante de tudo que nos é apresentado e naquilo que produzimos. Neste ponto encontramos a importante missão da escola, garantir o desenvolvimento deste senso crítico, dessa autonomia e dessa responsabilidade. Diz-nos Pereira, usando a citação de Silvertone (2003:58), que a cidadania do novo milênio exige que cada indivíduo seja capaz de produzir e “ler os produtos de mídia” questionando “suas estratégias.”, sua produção, seus interlocutores, suas ideologias.
Consequentemente, Pereira defende que “tanto a alfabetização quanto o letramento midiáticos precisam ser promovidos junto a jovens e adultos, para auxiliá-los a ler e escrever de forma autônoma, crítica e criativa, através das diversas possibilidades comunicativas existentes.”
A introdução do uso de tecnologias de comunicação remota ao final do século XX, isto trouxe para o cotidiano uma série de mudanças nos modos de acesso ao conhecimento, nas formas de relacionamento interpessoal, nas instituições e processos sociais. Basta pensarmos que no passado ficávamos sabendo de um fato ocorrido muito tempo depois e hoje temos acesso a noticia no momento em que o fato está acontecendo. Isto sem falar da comunicação por cartas, que demorava semanas. Essas transformações estimularam muitas escolas a realizar experiências de introdução do uso de computadores pelos alunos, no entanto, ainda estamos longe de conquistar a utilização adequada das mídias na escola.
Encontramos problemas de toda ordem desde ideologias preconceituosas sobre o uso de certas mídias até problemas técnicos de instalação, manutenção e uso da tecnologia. Por exemplo, tive a oportunidade de observar um debate entre deputados da câmara federal sobre a possibilidade do governo adotar ou não o uso de tablets nas escolas, ora me questiono, não seria melhor um equipamento com todo o conteúdo disponível e “n” possibilidades de exploração do que carregar dez livros pesadíssimos na mochila? Além de todos os problemas ainda temos que lidar com jogos de interesse. Conforme Pereira “não há mídia que não possa ser usada na escola. Posto que estão no mundo e que são usadas no espaço extraescolar por alunos e professoras, deveria ser do interesse da escola usá-las ou refletir junto aos alunos sobre o modo como as usamos.”
Desta forma, defende-se que o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) deve ocorrer em três dimensões: como ferramenta pedagógica, como objeto de estudo e como veículo de expressão. Na experiência que tivemos com a realização do projeto elaborado para o curso do e-proinfo “Tecnologias na educação: aprendendo e ensinando com as TIC”, podemos perceber que alcançamos duas dimensões, o uso de recursos da internet como ferramenta pedagógica para acesso e reflexão sobre conteúdos escolares e como veiculo de expressão quando foi solicitado que os alunos postassem comentários sobre o que estavam lendo e pesquisando.
No caso do texto aqui analisado, como todo relato de pesquisa acadêmica, é preciso definir os procedimentos de pesquisa e estudo do objeto em questão que no caso é o uso de tecnologias de comunicação por escolas de Florianópolis. Para tanto, o autor adotou a proposta do British Film Institute (BFI) para analise da abordagem curricular das mídias nas escolas. Que está baseada em seis conceitos:
Agência (capacidade de agir); quem é o sujeito na construção e difusão de textos midiáticos e quais são as diversas forças que influem sobre o texto midiático.
Categorias: - é a classificação das diversas produções em grupos a partir dos quais é possível reconhecer características essenciais e preferências por uma mídia particular.
Tecnologia: - que tecnologias estão disponíveis e o que pode ser feito com elas. O tipo de tecnologia influência no tipo de abordagem e de produção. É preciso, portanto conhecer essa tecnologia.
Linguagens: - a linguagem interfere na leitura que os receptores fazem de cada texto, em cada mídia; consequentemente, é preciso observar e refletir sobre as características linguísticas presentes em cada texto. Isto auxilia na determinação do caminho a ser seguido na estruturação e edição daquilo que está sendo produzido.
Audiências: Quem serão os receptores daquilo que é produzido? É preciso pensar que a produção midiática é dirigida a um público e, portanto, deve responder a fatores individuais e coletivos. A análise desses fatores auxilia na compreensão de como os textos podem ser construídos de forma a responderem às expectativas de um determinado grupo, porém é preciso estruturar uma margem de influências para que o produto são seja passivo, ou seja, manipulado pelas expectativas da audiência.
Representação: - questionar como o mundo é representado pelos textos midiáticos. Todos os textos são sempre representação da realidade e não a realidade em si, são, portanto pontos de vista construídos por pessoas. É preciso considerar o texto, o mundo que este representa, a audiência e o produtor da mídia.
Concluindo, o autor assinala que “não há formação suficiente ou adequada das professoras que promova ou estimule usos críticos e criativos” das mídias de comunicação, já que em boa parte das escolas analisadas havia computadores, máquinas fotográficas, filmadoras, jornais, revistas, gibis, acesso à internet. Assim como os gestores das escolas não se preocupam com esta questão.
Utilizando os seis conceitos para analisar seu objeto de estudo, Pereira diz que no conceito “agência”, os trabalhos analisados não atribuíram muita importância a este aspecto, na “categoria” não foi notada uma preocupação em refletir sobre a utilização delas, Já o conceito de “tecnologia” é bastante trabalhado, mas em relação à aquisição de habilidades e não na reflexão sobre quais tecnologias poderiam ser usadas, dado que desde o início dos trabalhos analisados o uso de certo recurso era pré-determinado. Isto para o autor era consequência direta do fato das professoras terem um conhecimento tecnológico mais limitado que os alunos.
O conceito “linguagem”, para o autor, foi o aspecto mais trabalhado nas escolas, embora ainda pudesse ser mais aprofundado. Em relação a questão de “audiência” a maioria das experiências analisadas não levou este aspecto em consideração. Quanto à “representação”, embora houvesse certa preocupação com este aspecto, a análise crítica limitava-se a questionar sobre o que determinado ponto de vista não abordava, as escolas não deixavam em relevo o seu próprio ponto de observação do mundo.
Enfim, todos estes aspectos apontam, para Pereira (e mesmo em relação à experiência realizada com o nosso projeto), que em relação ao uso de tecnologias nas escolas, existe um “caminho em construção que quer ultrapassar o simples uso para chegar a um uso reflexivo e também expressivo.”.
Regina Balão
Atividade 4.2 - Conteúdos Multimídias e Recursos Educacionais
(veja a página sobre links para Língua Portuguesa no menu à direita)
Atividade 4.1 - Conhecer objetos em multimídia
Para a produção de animações, vídeos, rádio e outras produções multimídia tenham sentido na escola, é importante que sejam uma etapa de um projeto educacional que envolva várias disciplinas a partir de uma problemática, ou seja, um projeto interdisciplinar no qual as diversas áreas curriculares e as tecnologias se articulem. Neste sentido, ao se envolver no projeto, os próprios alunos poderão sugerir a produção desses gêneros midiáticos para a finalização do projeto. Mesmo que não envolva várias disciplinas, não vejo como desenvolver uma produção de aluno fora de um projeto que vise romper com a interação tradicional de sala de aula.
Neste caminho muitas aprendizagens são conquistadas que extrapolam inclusive o chamado currículo tradicional, pois envolve atitudes, comportamentos e posturas que vão desde a construção do respeito pelo outro: seus limites, sua personalidade até a construção de conhecimentos como selecionar e articular informações; tomar decisões; trabalhar em grupo; gerenciar confronto de ideias; aprender colaborativamente com seus pares; fazer indagações; levantar dúvidas; estabelecer relações com o cotidiano, com aquilo que já sabe; e descobrir ideias e novas compreensões.
Cada aluno e cada professor terá seu próprio caminho de aprendizagem, mas há os conhecimentos que todos irão construir, mesmo que por trilhas diferentes como, por exemplo, o selecionar informações e articulá-las em um produto.
Como exemplo desse tipo de projeto lembro-me de quando trabalhava na Habilitação Específica para o Magistério tínhamos um projeto interdisciplinar grandioso. Os alunos eram divididos em grupos de 15 pessoas interclasses. Cada grupo escolhia o que queria explorar. Tudo partia do próprio conhecimento da família: onde morava e de onde vinha; da escola: o que era e onde estava e a partir daí, do Brasil: suas características sociais, políticas, históricas, geográficas, linguísticas, artísticas. Cada grupo produzia uma apresentação dos dados pesquisados (via internet, enciclopédias, familiares). As apresentações variavam: telejornais (ao vivo), peças de teatro, debates, apresentação de danças, palestras. Além da apresentação geral, cada grupo oferecia às outras modalidades de ensino da escola oficinas dos temas trabalhados. Apesar do trabalho o resultado final era sempre gratificante.
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